Livres ou escravos…?

por Alexandra Deitos

Comete-se um grande equívoco quando, começando a enganar-se à si mesmo, passa-se a crer que certo e errado, moral e imoral sejam decisões a serem tomadas por uma maioria.
Quando interesses próprios entram em jogo muitos acabamos por aceitar regras impostas e até a acobertar atos que por fim vão contra nossas próprias idéias. Então estar de acordo com a maioria, ou com os outros passa a ser mais importante do que estar de acordo com a verdade!
A maioria tem sempre razão? A voz do povo é a voz de Deus?
Podes ter certeza que a virtude — que raramente se torna escolha da maioria — não perde seu valor através dos séculos.
Tinham razão nossos ancestrais farroupilhas ao incluir no Hino Rio-Grandense: “Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”. De fato, há uma relação entre liberdade e a adesão ao bem; Da mesma forma como quem vende sua consciência acaba servo do comprador ou uma mãe que protege um filho, este que cometeu um ato indisciplinável, ela acaba se tornando escrava da indisciplina deste. Assim também o povo que troca convicção por conveniência acaba submisso dos hegemônicos presentes na sociedade. Hoje, somos sim, escravos. Somos escravos de nós mesmos, dos nossos interesses.

Alexandra Deitos – Engenhando

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3 comentários

Paulo Sartoran maio 19, 2010 - 10:47 pm

"Somos, sim, escravos dos nossos interesses". Bingo, Xanda! Por isso que a maior lição para a humanidade seja nada menos do que o desapego. Beijão

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Unknown setembro 16, 2007 - 11:54 am

Acredito que escravos… sempre escravos de alguma forma… Escravo dos impostos, escravo do consumismo, escravo da moda, escravo da ignorância, escravo da falta de tempo, escravo da burrice, escravo, escravo, escravo…. O povo gaúcho, sempre altivo, inteligente e com as idéias iluminadas, está indo, infelizmente, pro mesmo caminho do resto do país.

Mas… Alexandra! sempre inteligente e brilhante…
Amo-te amiga!

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Anônimo setembro 12, 2007 - 7:26 pm

A liberdade é a palavra da moda, a bandeira pela qual nossos antepassados foram iludidos…A liberdade que ELES defendem é a liberdade jurídica, o direito de TER. Mas o direito nao basta, como o povo chegará ao poder se as condi”coes lhes sao negadas?
Essa liberdade falsa é a única que eles pregam em suas revistas, em seus espetáculos, em sua arte, em sua poesia e em seu cinema.

Venho aqui para propor uma nova era de arte e filosofia, uma liberdade subjetiva em contraponto àquela objetiva que nos evangelizaram através de Hollywood; uma liberdade nao para o corpo, nem para a mente, mas para a alma.

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