Alexandra Deitos
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Autor

Alexandra Deitos

Alexandra Deitos

Nasci numa cidade interiorana do Rio Grande do Sul, onde vivi os primeiros anos da minha vida até terminar o ensino médio. Então, ainda menor de idade, saí de casa e vim parar na cidade de São Paulo, onde estou até hoje. Na área das Artes e Design me formei Bacharel em Têxtil e Moda pela Universidade de São Paulo | USP e Atriz pelo Teatro Escola Macunaíma, entre outras pequenas formações aqui e ali. Atuei na cena cultural através de projetos de light design e traje de cena por mais de uma década, quando inesperadamente me encontrei no caminho com o mundo canino. Estudei Comportamento Animal e o uso de metodologias educativas com enfoque Positivo e de Bem-estar Interespécies com Dante Camacho, Tudo de Cão, Universidade de Edimburgo, entre outros. Fundei a Pompom's House. Um espaço de hospedagem, convivência e socialização canina, onde, no momento, exploro minha experiência em Educação e Comunicação Canina, Manejo de Grupo e Diretrizes para Sociabilização. Você pode me conhecer de um desses períodos da minha vida. Ou, ter acabado de saber da minha existência nesse mundão. Não importa. Fico feliz que estejas aqui, e espero que algo do que eu compartilho seja troca e partilha contigo.

Lirismos

A simplicidade da vida

por Alexandra Deitos julho 6, 2010

Vem… me dê a mão que agora eu já não tenho medo.
Vem… me olhe nos olhos que eu já não tenho vergonha.
O medo se dissipa quando junto a gente respira.
E a vergonha se perde nos dias que se transformam em antigos.
Simples é o que uma menina pode achar da vida… e errado não é.
Se ela conseguir manter isso quando for mulher, errado também não será.
Não consigo ver muito bem a dissociação de menina e de mulher.
Também não consigo ver a dissociação de qualquer ser humano.
Errado não deve ser se eu continuar achando que não há.

julho 6, 2010 2 comentários 64 Visualizações
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Interferências

E perto, é um lugar que existe?

por Alexandra Deitos junho 29, 2010
LONGE É UM LUGAR QUE NÃO EXISTE
de Richard Bach
— Rae! Obrigado por me convidar para a sua festa de aniversário! Sua casa fica a mil quilômetros da minha e viajo apenas pela melhor das razões. E uma festa para Rae é a melhor e estou ansioso para estar ao seu lado. Começo a viagem no coração do Beija-Flor, que há tanto tempo você e eu conhecemos. Ele se mostrou amigo como sempre, mas ficou espantado quando lhe disse que a pequena Rae estava crescendo e que eu estava indo à sua festa de aniversário, levando um presente.  Voamos algum tempo em silêncio, até que finalmente ele disse:
— Não entendo muito bem o que você falou, mas o que menos entendo é o fato de estar indo a uma festa.
— Claro que estou indo a uma festa. — respondi. — O que há de tão difícil de se compreender nisso?
Ele ficou calado e só voltou a falar quando chegamos à casa da Coruja:
— Podem os quilômetros separar-nos realmente dos amigos? Se quer estar com Rae, já não está lá?
 — A pequena Rae está crescendo e estou indo à sua festa de aniversário com um presente. — falei para Coruja. Parecia estranho dizer “indo” depois da conversa com Beija-Flor, mas falei assim mesmo. Ela voou  em silêncio pôr um longo tempo. Era um silêncio amistoso, mas a Coruja disse ao me deixar em segurança na
casa da Águia:
— Não entendo muito bem o que você falou, mas o que menos entendo é ter chamado sua amiga de pequena.
— Claro que ela é pequena, porque não é crescida — respondi. — O que há de tão difícil de se compreender nisso?
Coruja fitou-me com os olhos profundos, cor de âmbar, sorriu e disse:
— Pense a respeito.
— A pequena Rae está crescendo e estou indo à sua festa de aniversário com um presente. — falei para Águia. Parecia estranho falar agora “indo” e “pequena”, depois das conversas com Beija-Flor e Coruja, mas falei assim mesmo. Voamos juntos, subindo nos ventos das montanhas. E Águia finalmente disse:
— Não entendo muito bem o que você falou, mas o que menos entendo é essa palavra aniversário.
— Claro que é aniversário. — respondi. — Vamos comemorar a hora que Rae começou e antes da qual ela não era. O que há de tão difícil de se compreender nisso?
Águia curvou as asas para a descida e foi pousar suavemente sobre a areia do deserto.
— Um tempo antes de Rae começar? Não acha que é mais a vida de Rae que começou antes que o tempo existisse?
— A pequena Rae está crescendo e estou indo à sua festa de aniversário com um presente. — falei para Gavião. Parecia estranho falar “indo”, “pequena” e “aniversário”, depois das conversas com Beija-Flor, Coruja e Águia, mas falei assim mesmo. O deserto se estendia interminavelmente lá embaixo e ele finalmente disse: 
— Não entendo muito bem o que você falou, mas o que menos entendo é crescendo.
— Claro que ela está crescendo — respondi. — Rae está mais perto de ser adulta, mais longe de ser criança. O que há de tão difícil de se compreender nisso?
Gavião pousou finalmente numa praia deserta.
— Mais um ano longe de ser criança? Isso não me parece ser o mesmo que crescer.
E Gavião alçou vôo e foi embora.
Eu conhecia o bom senso de Gaivota. Voamos juntos, pensei com muito cuidado e escolhi as palavras, a fim de que, ao falar, Gaivota soubesse que eu estava aprendendo:
— Gaivota, por que está me levando a voar para ver Rae, quando na verdade sabe que estou com ela?
Gaivota sobrevoou o mar, as colinas, as ruas, pousou suavemente em seu telhado e disse:
— Porque o importante é você saber a verdade. Até saber, até realmente compreender, só pode demonstrá-la em coisas menores, com ajuda externa, de máquinas e pessoas e pássaros. Mas deve se lembrar sempre que não saber não impede a verdade de ser verdadeira. E Gaivota se foi.
E agora é chegado o momento de abrir o seu presente. Presentes de lata e vidro amassam e quebram um dia, somem para sempre. Mas eu tenho um presente melhor para você. É um anel para você usar. Cintila com uma luz especial e não pode ser tirado pôr ninguém, não pode ser destruído. Somente você, no mundo inteiro, pode ver o anel que lhe dou hoje, como fui o único que pude vê-lo quando era meu. O anel lhe dá um novo poder. Usando-o, você pode alçar vôo nas asas de todos os pássaros que voam. Pode ver através dos olhos dourados deles, pode tocar o vento que passa pôr suas penas macias, pode conhecer a alegria de se elevar muito acima do mundo e suas preocupações. Pode permanecer no céu pôr tanto tempo quanto quiser, através da noite, pelo descer do sol; e quando sentir vontade de outra vez descer, suas perguntas terão  respostas, suas preocupações terão acabado. Como tudo o que não pode ser tocado com a mão nem visto com o olho, seu presente se torna mais forte à medida que o usa. A princípio, pode usá-lo apenas quando está fora de casa, contemplando o pássaro com quem você voa. Mais tarde, porém, se usá-lo bem, vai funcionar com pássaros que não pode ver, até que finalmente acabará descobrindo que não precisa do anel nem de pássaro para voar sozinha acima da quietude das nuvens. E quando esse dia chegar, deve dar seu presente a alguém que saiba que irá usá-lo bem, alguém que possa aprender que as coisas que importam são as feitas de verdade e alegria, não as de lata e vidro.
Rae, este é o último dia especial de comemoração a cada ano que estarei com você, tendo aprendido com os nossos amigos, os pássaros. Não posso ir ao seu encontro porque já estou com você. Você não é pequena porque já é crescida, brincando entre suas vidas como todos fazemos, pelo prazer de viver. Você não tem aniversário porque sempre viveu; nunca jamais haverá de morrer. Não é a filha das pessoas a quem chama de mãe e pai, mas a companheira de aventuras delas na jornada maravilhosa para compreender as coisas que são. Cada presente de um amigo é um desejo de felicidade. É o caso do anel. Voe livre e feliz além de aniversários e através do sempre. Haveremos de nos encontrar outra vez, sempre que desejarmos, no meio da única comemoração que não pode jamais terminar.
junho 29, 2010 0 comentário 63 Visualizações
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Contos-quase

E então…

por Alexandra Deitos junho 29, 2010
…ela acordou com uma tristeza comum, a tristeza de sentir o peso da liberdade. Saltitava na subida das montanhas, buscava belezas nos subterrâneos dos poços, tentava sempre perceber o lado melhor, mas era inevitável ter a tristeza e o peso como presenças que se impõem sem permissão. Sentia o vento quebrando-a ao meio, os carros atropelando-a nas esquinas, as chuvas de verão afogando-a.
…ela ligou para a mãe, como todo filho faz. Não falou das angústias, nem das lutas, nem das derrotas, mas jogou conversa fora, perguntou da saúde e cobrou uma visita. Num “alô” a mãe oferecia uma infinidade de gaiolas das mais diversas cores, tamanhos e tipos. Num “tchau” a filha renunciava as comodidades e maravilhas de um mundo superprotetor.
…ela seguiu mais uma vez com as alegrias ingênuas, guardou as dúvidas numa caixinha de onde tirou porções de espinafre. Sua vida não possuía certificado de garantia, independe da relutância em viver com ou sem gaiola, mas se fosse bem cuidada isso não teria importância alguma, talvez.
junho 29, 2010 0 comentário 59 Visualizações
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Lirismos

SEMPRE ELA

por Alexandra Deitos junho 25, 2010
porque quando não se quer, não há
porque quando se quer, já era
à todo momento
em algum lugar
se perde alguma coisa
alguma coisa se acha
porque alguns abraços prendem
porque algumas coisas são assim
simples
estranhas
engraçadas
gostosas
nos meus olhos azuis, eu vejo
suas pintas de castanho claro
e os nossos cabelos
eu tive medo
tenho e terei
na deriva do sentimento
ao perceber o quanto já gosto
gostava e gostarei sem ter controle
junho 25, 2010 0 comentário 52 Visualizações
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Crônicas-quase

Hoje sobre ontem. Ontem sobre hoje.

por Alexandra Deitos junho 16, 2010
Há inúmeras coisas que parecem ultrapassadas e, no entanto, são atemporais. Com constância o mundo se renova, as coisas repetem-se, o que já foi volta adquirindo desdobramentos e novas roupagens para o amanhã. O carro que ultrapassamos agora e perdemos de vista no retrovisor lá na frente nos ultrapassará. A paisagem que vemos no retrovisor vai se modificando, mas sempre há algo refletido no retrovisor.
Um carro, dois carros, três carros, inúmeros carros estraçalhados nas pistas. Jovens lavando metrôs e ônibus com vômitos. Pais de família gastando seus salários mínimos em foguetes e bebidas alcoólicas. Seres humanos sendo agredidos por outros seres humanos. Desperdícios de vida em esquinas, contentamentos com o período de folga do trabalho – ilusório, visto que pagamos por qualquer folga, por qualquer acidente, por qualquer coisa nesse império capitalista.
Ontem era o dia do primeiro jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010, esta que neste ano está movimentando milhões de pessoas, e, lógico, de dinheiro na África do Sul. Embora talvez abafado pela festa e algazarra mundial, a África ainda é aquele mesmo país que sempre foi líder dos maiores índices de pobreza, estupro, desnutrição, e sempre esquecido do mercado turístico. O clima é de festa, de uma grande festa, e ninguém está interessado nos assuntos maçantes e reais do país alheio, até do seu próprio país já é pedir demais. Com festa ou sem festa tem muita coisa que fica na paralela da vida, abafados por euforias de escape. Quem sabe a miséria maior mesmo nem esteja no país, no mundo, na humanidade, e sim, no próprio indivíduo. A pobreza maior no mínimo começa mais em baixo – em cada ser humano, em cada atitude, em cada pensamento.
Quando cheguei em casa ontem, às 14horas de uma tarde de terça-feira ensolarada, eu possuía o tempo. Poderia fazer o que desejasse, o tempo era meu, ver o jogo, não ver, dormir, estudar, não fazer nada, não havia uma questão existencial, apenas opções. O vazio de ser dono de si, de ser dono de uma quase liberdade, o quase poder de se ter o tempo… não sabemos o que fazer com isso. Quando ganhamos uma coisa que não sabemos usar, desperdiçamos – como um livro, que relido anos mais tarde pode parecer bem mais proveitoso que no primeiro momento.
Assim contento-me hoje de ontem ter desperdiçado minha vida sem prejudicar ninguém. Contento-me em ter feito dos cartões postais uma obra de arte singela, a qual eu verei com alegria toda noite quando retornar para casa após um dia de esforço em não prejudicar ninguém. Enquanto nas ruas, mais tarde, eu via a degradação de vidas desperdiçando outras vidas. Enquanto em algum lugar um amigo era agredido banalmente. Enquanto uma parte do mundo se fantasiava de verde amarelo e mostrava sua cara cinza de pobreza… há também os que misturam o verde e amarelo e criam outras cores para usar no rosto. Há os que sonham em voltar para casa sem prejudicar ninguém e conseguir um dia algo além: ajudar alguém. E sonham que essa meta solitária um dia seja tão abrangente quanto um jogo da seleção na Copa do Mundo e possamos andar sem retrovisores, talvez.
junho 16, 2010 2 comentários 77 Visualizações
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Híbridos

1

por Alexandra Deitos junho 14, 2010
Sair da zona de conforto por vezes pode ser cair na própria zona de conforto. O orgulho de não ter orgulho pode por vezes ser o pior de todos os orgulhos. Ninguém pode lutar com um desejo e também todos devem lutar com os desejos.
Se a mistura resulta em corrente de água, em sopro de ventania, em luz de fogueira, em terra de plantio… por que perder vida questionando o inquestionável… não faça sentido, não busque fazer.
A contradição está ali, e o que eu sinto é inerente a tudo.
Por mais que julguemos conhecimento, julguemos controle, julguemos certezas e incertezas, julguemos policiamento, sentir está do outro lado do vidro. Dentro do vagão do metrô ou fora, mas sempre do outro lado do vidro.
Eu quero quase sem querer.
“Internamente, talvez nada nos ataque de verdade, além de nossa própria confusão. Talvez não exista um obstáculo sólido, além da própria necessidade de proteger-se contra ser atingido.” Pema Chödrön
junho 14, 2010 1 comentário 66 Visualizações
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Lirismos

SIM, ELA

por Alexandra Deitos junho 10, 2010

era noite
da lua
(mais linda)
e
na tua
(claridade)
eu
me perdia
sem saber

junho 10, 2010 0 comentário 52 Visualizações
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Contos-quaseInclassificavéis

Desafio

por Alexandra Deitos junho 8, 2010
Seu corpo adquiriu instantaneamente a magnânima característica camaleoa. Por alguns minutos teve a certeza que ser confundida com o poste do ponto de ônibus era o melhor que podia fazer. A imensidão da noite e a garoa fina contribuíram em muito para tal façanha, mas no instante da transmutação ninguém poderia duvidar do poder de querer.
Os dois elementos, por estarem bêbados demais ou pela eficiência no disfarce de poste, passaram sem contato algum, não se saberia jamais – alguns poderiam afirmar algo como Deus, e ainda minutos antes ela lia algo como A igreja do Diabo, mas não seria justo passar pela cabeça de ninguém algo como descrença – na calmaria ou na agitação era tudo muito simples, tudo uma coisa só, ela acreditava em algo e era reconfortante e perfeito.
Conforme seu ritmo se igualava ao da garoa ela lentamente abandonava a rigidez do objeto, voltando tranqüila para as formas de seu humano corpo. Observou a imensidão ao seu redor, observou a imensidão dentro de si: mergulhou. Lembrava-se de ainda durante o dia ter sido desafiada: esvazie o copo. Observou, mergulhou, lembrou, perdeu-se. Há muito ela sentia-se perdida, porém não se sentia abandonada nessa confusa vastidão, não agora – antes sim, quando se julgava achada, não agora. Estar perdida poderia ser o contato mais sincero e supremo com a verdade de sua natureza humana.
Seu corpo e seu Deus chegaram em casa, talvez eles nunca houvessem se separado ou como amigos de muito tempo se reencontravam… ainda, sem prepotência, talvez eles fossem de fato uma coisa só.
Dolfão,
É racional demais pensar no copo cheio, vazio, ou meio-cheio, ou meio-vazio, mas também não sei se sentir é o mais simples. Não faltei com o desafio, porque não necessariamente ele precisa ter um desfecho, certo? Foi importante o reconhecimento de algumas necessidades talvez esquecidas com as conturbações dos últimos tempos (de verdade, como sempre, muito significativa nossa conversa). O voltar-se para dentro é uma semente de frutas da estação, como semente precisa de seu tempo certo, de sua Lua… e se você pula uma estação sem semear: ficará sem frutos! se você semear demais: não terá tempo de consumir todos os frutos! e a degustação precisa ser lenta para alimentar satisfatoriamente. Sim, Xandinha estava perdida e continua perdida, e sim, acho que ela continuará sempre assim – perdida… e acho mais, acho que todos estamos perdidos, mesmo quando nos achamos tão certos de onde estamos. (achismos! rss) O importante não é essa historinha toda, o importante é o amor que levamos nas mãos, nas mãos que oferecem rosas. O importante é a certeza que na calada imensidão não somos só mais um, mas sim somos também mais um, que não somos perfeitos, mas que a existência da imperfeição é o que nos torna parte da perfeição, que não somos todo de amor, mas que nos esforçamos por amar de forma total. E aí o beija-flor salva a floresta, a borboleta encontra o jardim, e o copo passa a ser a ligação com a semente. 
Sim, Xandinha não consegue fugir do glamour, e Dolfão, como sempre, vai ler e resumir em três linhas práticas. Eu vou sorrir. Talvez você vá sorrir também. E talvez nada tenha mudado, e talvez tudo mude o tempo todo mesmo… A vida é simples.
junho 8, 2010 0 comentário 57 Visualizações
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Crônicas-quase

Quem quer ser… ?

por Alexandra Deitos junho 4, 2010
Os quereres. Eles sempre estão presentes, constantes, recicláveis, eternos. Não importa muito qual, quando, onde e como, sempre queremos e sempre iremos querer insaciavelmente. Se querer é a mesma coisa que desejo, muito provável que seja, podemos então entrar naquelas conversas de egos, desapegos e iluminação – mas acho que isso tudo no final das contas não é assunto que deveria ter importância. Na real vivência dos fatos, começo a me questionar qual a medida positiva de se questionar. E se a importância está de fato nos questionamentos não devemos jamais confundir isso e achar que a importância está nas respostas. As questões são trajetórias, pontes, ruas, mares, céus. As respostas são paisagens, imagens, sons, odores, gostos. As dúvidas são o que são: sinceras e donas de si mesmas. E a chegada não existe.

Quem quer ser um milionário?
Milionário de quê?
Quem quer ser o quê?
Não sei se o filme pode estar relacionado realmente, nem sei racionalizar o motivo de ter surgido como possível título da postagem… Mas Jamal me parece ter a inocência necessária na hora de jogar com a vida, me parece não ter dúvidas e ao mesmo tempo também não ter certezas, e ainda assim está à mercê de questões. Estar certo ou errado das questões nunca parece preocupá-lo e ter as repostas nunca lhe parece certo ou errado. Ele sabia ou não sabia, simples assim, sincero e dono de si mesmo.
junho 4, 2010 4 comentários 82 Visualizações
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Lirismos

“Barulhos”

por Alexandra Deitos maio 31, 2010
Agora eu nada sei e eternamente é bem provável que eu nada saiba, mas, no fim, não saber não te impede de ter certeza… é o que parece.
Em algum momento eu visualizarei racionalmente a grandiosidade e a importância do momento. No agora fica a nuvem do turvo fundo do mar mexido. E a sensação. O importante foi o sentir. O importante sempre é sentir.
Na descida da escada uma presença me acompanhava, solene, solícita, amável, quando me dei conta já era tarde para sentir medo… me soprou que o mundo era sempre melhor do que se enxergava, que as colinas iam muito além do que se podia ver. Senti-me invisível como se uma proteção angelical fosse me levar até em casa, livre para chorar, para abrir todos os portais de um eu que se desdobrava em ser o que é – uma descoberta.
Como um bem querer, como um mimo… eu seguia só, acompanhada de uma brisa.
Meu rosto no reflexo parecia um retrato conhecido, próximo e ainda assim fora de mim. O que estava fora e o que estava dentro poderia eternamente ser e não ser a mesma coisa, mas sempre seria um desdobramento confiável. A questão não era chegar na resposta. A questão era aceitar a questão como ela era, um perder-se rumo ao encontrar-se.
Por ter aquele carinho, assim… tão sincero e franco, eu dava um passo importante na escuridão de mim, para a alma, muito embora eu perca-me em saber exatamente onde, quando e porquê.
maio 31, 2010 1 comentário 62 Visualizações
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