Estou cansada da mesquinhez do mundo!
E não é só cansaço: é exaustão! Exaustão de tentar entender, de tentar modificar. Exaustão de sentir pena. Exaustão de ver e estagnar. Exaustão de me policiar, de achar que posso estar julgando demais, de achar que posso estar completamente no caminho errado. Exaustão. Desgaste.
A cegueira de fato tem duas faces: a escuridão e o excesso de luz!
Reconstruirei meus círculos. Manterei ao meu lado apenas pessoas que estejam em busca. A busca da essência, do melhor de si mesmas (mesmo que não alcancem muito, mas que não deixem de buscar jamais) e as demais tentarei bater na porta, mas, sem desgastes, me afastarei se não estiverem dispostas a abrir.
Quero vivenciar o humano com quem mereça a doação, com quem esteja receptivo ao melhor do amor incondicional. Quero as pessoas que me acrescentem, quero as pessoas que eu possa acrescentar! Nada de futilidades, de ilusões…
Sabe o que penso que massacra as pessoas? Que as deixa perdidas assim, sem norte, entregando-se a falta de visão, desvalorizando sentimentos e esquecendo de buscar-se? A visão embaçada do que seria felicidade. Essa obrigação de estar feliz, de ser feliz… sem nem entender o que é esse ser/estar… Felicidade virou obrigação, virou tédio! Virou uma busca sem sentido, sem nexo, um status, um inflar, mais do que nunca banal, do ego.
O mundo é demasiadamente doloroso e injusto para abrirmos a janela e achar que basta o Sol para “o dia ser feliz”. Isso é egoísmo, fuga, infantilismo… Felicidade é, muito mais, momento, instante e acima de tudo paz! É, talvez, amar ao próximo como a si mesmo!
É isso mesmo… Li uma pesquisa que perguntava “o que era ser feliz”. Tolices de toda ordem surgiram, mas uma septuagenária foi ao ponto: ser feliz é fazer os outros felizes. Felicidade é instante (infelizmente), o resto é revista “Caras”!
Felicidade é uma colcha de retalhos, um lego que a gente vai montando… e aí quando olhamos para o que estamos fazendo vemos coisas bonitas, vemos pequenos pedacinhos formando o algo maior.
E, definitivamente, fugir da realidade, fugir do sofrimento e fugir da dúvida (ou todas as formas de fuga) deforma as peças do lego, a colcha de retalhos. Quem evita tem culpa, e quem tem culpa não tem paz…
Eu não sei onde eu estava querendo chegar ou até onde eu cheguei.
Só sei que eu divaguei, divaguei e o que eu queria mesmo talvez fosse conseguir parar. Parar de pensar e divagar e simplesmente viver, como muitos fazem por aí. Iludindo-me com banalidades, usando as pessoas como escadas e preocupando-me apenas com meu ego!
Mas eu não consigo, eu não consigo… Por quê? Talvez porque minha colcha de retalhos já possui muitos retalhos bonitos e toda essa degradação que vejo apenas me faz querer compartilhar os pedaços.
Está ao dispor, para todos aqueles que quiserem, numa bandeja de alma!
Alexandra Deitos – engenhando!
2 comentários
:o() Chocada de Portugal! :oP
Quem ocupa o trono tem culpa,
Quem oculta o crime, também
Quem duvida da vida tem culpa,
Quem evita a dúvida, também tem.
Somos quem podemos ser!