Em preto e branco, com todo o toque de uma boa ausência de cores. Persona, de Ingmar Bergman, nos atinge em cheio no âmago, despedaça a ideia de ilusão e joga a realidade na escala de cinza mais real, na frieza, na incomunicabilidade – um isolamento do colorido do mundo. O mundo não é real. Real é algo muito, muito além. “O irrealizável sonho de existir, não o de parecer, mas o de ser.” Assim ele permeia a linha tortuosa e quase invisível que tanto insistimos em ignorar e a qual se nos ativermos de fato, ou estaremos, ou seremos tidos como, esquizofrênicos.
De acordo com o método teatral desenvolvido por Stanilslavsky, o ator tem de ser o parasita da personagem para o seu êxito futuro e verossimilhança. E nós? O quanto nós precisamos ser parasita de nós mesmos para conseguir êxito em ser? Eu não sei qual a relação, mas o filme e tudo isso me remete muito aqueles mapas e fotos com opções de zoom quase infinitos, tanto para mais quanto para menos… estes que sempre me causam uma certa angustia, um certo vazio, um certo sei lá…. talvez medo.
Deixo duas imagens. Porque imagens preenchem quando não se sabe mais o que tirar e o que colocar no vazio de uma alma. A foto que segue nesse link é um exemplo das possibilidades de muito zoom (tem exemplos melhores, mas esse era o que estava mais recente e mais fácil). E a foto abaixo é o momento de fusão das duas “personas” no filme.
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