Daquilo que me deixou perplexa

por Alexandra Deitos
Nunca vi um fruto apodrecer de fora para dentro. Nunca soube de um corpo que se degenerou de fora para dentro. Não há flor que floresça e vire botão. Não é possível uma criança nascer para depois ir ao ventre.
Atribuir responsabilidades ao externo pode ser um grande equívoco, e nem total ao interno pode ser justo. A correlação é de influências e permissões, do que vem de dentro e ganha espaço lá fora, do que começa aqui e ali ganha notoriedade. A onda só avança e ganha proporções porque começou no além-mar em contato com algum vento, e só parou na beira da praia porque a beira-mar não permitiu seu alastramento.
Uma onda não partiria da orla em direção ao mar… É pobre demais justificar qualquer acontecimento próprio, positivo ou negativo, com um algo vindo de fora. Existem laços, mas todo laço começa por um nó.

Deixe um comentário

5 comentários

Alexandre Andrade outubro 13, 2010 - 8:13 pm

Se vc quiser discutí-las; as teorias dos nós em nós, seria um imenso prazer poder participar.

Responder
Alexandre Andrade outubro 13, 2010 - 12:22 am

E pra todo nó existe um pescoço né. O amor mata, os laços, quando são "cegos" em nós, e não em suaves laçadas pra se ir e vir, também matam sufocados… os nós, ah os nós… Todos os nós nos enlaçam, nos prendem, e nos matam… a nós, os nós.

Belo texto, Xará… beijo

Responder
Sujeito Oculto outubro 12, 2010 - 9:00 pm

Ah, e muito muito muito obrigada mesmo pelo elogio do último texto!!! Haha

Responder
Sujeito Oculto outubro 12, 2010 - 8:59 pm

A liberdade em si nos atribui responsabilidades – natas?

Responder
Paola Del Corso outubro 11, 2010 - 7:16 pm

"Existem laços, mas todo laço começa por um nó" – faz todo sentido…

Responder

Você pode gostar