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– Não tenho para onde ir, mas estou certa de que não quero ficar.
– Não tenho onde ficar, mas estou certa de que não quero ir.
Há diferença insignificante no que é dito acima. Há quase nula perspectiva em ambos os casos e, no entanto, mais possibilidades do que se nada fosse querido. Há na matéria que nos sustenta muito pouco de glamour, mas da certeza de que somos movidos a desejos e incertezas pode-se extrair bem mais que decomposições. Há sempre encontros e fugas, seja na ordem que bem entender e bem pode-se tentar todas elas, inclusive. Haverá sempre que haver, e que não haver. Há no descontentamento um quê de tristeza, mas muito mais de felicidade.