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Há histórias que impressionam a gente, incrivelmente nos deixam em estados.
E aí havia as histórias que ela não conhecia, não fazia questão de conhecer… na realidade, no fundo, lá no auto-engano, era aquele tipo de história que se sabe mas não se sabe, que se prefere não ouvir, ignorar, deixar como algo incerto, impreciso, deixar como um talvez.
E as horas do dia, os sopros dos ventos, o sol e a chuva, são o que são: inerentes as vontades. As palavras desenhadas num campo de visão além, a melodia de uma contação, e o estupor do que não se quer, aquela paralisia diante do que corre intermitente.
Depois disso, como dizia uma mãe, vem o peso do saber. Quando se ignora alguma coisa, quando se é ignorante em algo: tudo nos é tomado com um peso. Agora quando se sabe de alguma coisa, quando se é conhecedor de algo: tudo nos é tomado com outros pesos.
Nada disso tudo é de alguma forma razão. A intensidade que é não permite entendimentos. E se fosse possível fazer um gráfico do instante que não se sabe até o instante que se sabe ele seria o trajeto de um jogo de Pinball. De certa forma a bolinha nunca para, e se ela chegar a cair no desfiladeiro às palhetas ainda continuaram a se mexer por um período e as luzes nunca deixaram de piscar.
De certo modo essas histórias que impressionam, você as escuta e continua sem as conhecer, você as recebe numa bandeja coberta com algumas pétalas de rosas e depois de descoberta você continua sem as ter – porque não lhe pertencem.
Vocês estão caminhando pelo bosque e, sempre começa pelo bosque, a história é do outro, mas chega até você, e esses são os passos que criam os ritmos, que acertam a partilha do lado a lado, creio eu… é o sentido que encontro.
Ser o hoje na estrada. Ser cada um indivíduo de si próprio, não esquecendo as linhas limites e cruzando as outras.