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A moça enquadrou-se na janela.
E chorou.
Ela sabia que o filme era apenas pretexto.
Mas a moça era crítica demais.
Até a janela ela tentava convencer,
Que não havia nada que doesse.
De fato era só o filme.
Só isso.
Nada mais.
E depois, horas depois, a moça sentou-se.
E sorriu.
Ela sabia que a alegria sempre parece mais distante.
Mesmo assim quase podia tocar.
E a moça, crítica demais,
Não pode aceitar que sorria de simples felicidade.
Só isso.
Nada mais.
Vivia assim, embora talvez nem se desse conta.
Oscilando entre extremos de sua vida transbordante.
Sofria com gosto o seu sorriso.
E alegrava-se com seu choro fino.
Só isso.
Nada mais.