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Há tantas idéias e as palavras estão tão secas.
É como se a primavera estivesse sugando o ar da vida.
Ou como se estivesse dando doses excessivas de ar.
Não se sabe bem falar sobre o que é desconhecido.
Num momento tudo é assim, simples praticidade.
Num segundo vira um emaranhado de confusões destoantes.
Mas nunca deixa de ter a beleza de uma brisa suave.
Poderíamos sentar no gramado e conversar sobre nada.
Sorrir sem propósitos e observar por horas cada detalhe.
Ou então encontrar a densidade e desacreditar de tudo.
Duvidar do óbvio e ficar na insegurança de uma sensação podada.
Ainda assim tudo seria um vento fresco de primavera.
Onde o tempo é variável ao prazer de quem está disposto.
Alexandra Deitos