De uma sexta-feira

por Alexandra Deitos
Da carranca surge um flash de momento de filme feliz ao ver as folhas das árvores levadas embora pelo vento. Enquanto um beija-flor perdido na estação não encontra seu beijo, uma boca fria tardia no asfalto quente se expõe. Assim é fim de tarde de uma sexta-feira difusa. No céu há sempre uma lua ou uma estrela ou uma nuvem, nunca um vazio completo na imensidão. Tem pipa, tem balão, tem andorinha, tem sol, tem avião também, tem tempo que leva e tem tempo que trás, tem tudo que você quiser e o que não quiser também. É preciso jogo de cintura para sambar ao ritmo de uma 5ª Sinfonia. E se foge da realidade viver além de uma existência, tudo é mais belo ainda, como numa canção de ninar, com fadas vestidas de loucura e olhos com cores de Almodóvar.

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2 comentários

۞ Potira ۞ abril 24, 2010 - 10:40 pm

Adorei os olhos com cores de Almodóvar…

Lembro dos primeiros filmes dele que eu vi "A flor do meu segredo", "Carne Trêmula", aquelas cores todas transformaram minha percepção visual eu vi a poesia das cores…

=)

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Leco Vilela abril 19, 2010 - 8:08 pm

Adorei esse texto!… qual é o texto do motorista?

beijos

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