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Eu nunca tive nada a perder, mas eu achava que tinha. Eu nunca tive fraquezas, mas eu as criava induzidamente. Eu nunca fui derrotada, porque ninguém pode afirmar o que é a derrota, mesmo assim eu engolia derrotas sem pestanejar. E assim eu rastejava por entre os sonhos e as ideias de mundos que não eram meus.
Confundida entre sussurros juvenis e rabugices senis eu vivia de pequenas golfadas, porque vômitos maiores nem eram permitidos. Mas mando agora ao inferno todos os que apagam os brilhos do mundo porque eles não apagam é merda nenhuma!
O brilho não está no mundo e também o mundo não está no mundo. É tudo avesso do avesso. É clichê e foi descartado, mas não é só lixo prolixo dentro da gente: é o vazio mais completo. Sem nem a nós mesmos para perder somos os reis do além.
3 comentários
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Sim, é preciso soltar as rédeas dos olhos.
Gostei,
T.
Belissímo texto!
Muito forte, intenso e magenta!
Adorei
Bjs