Maestrina

por Alexandra Deitos

Maestrina, por que desafina as crias?
É muita carnificina e pouca madrepérola
Diante de tantas ambas feridas, Maestrina
Não cansa de materializar aflições desejosas?
Encolhida atrás de boas desculpas, Maestrina
Mate-me amortecida pelo rebento que sou
Imploro que mate alguma coisa agora
Em mim, em ti, em nós, no passado, Maestrina
Com maestria podemos ganhar um pouco de nós
Não espere o inferno manchar-se de azul

Maestrina, por que você não canta?
Meu gorjeio sucumbe em uma torre de babel
Amorteço-me em minhas forças desperdiçadas
Maculamos qualquer coisa boa, Maestrina
Quando conseguirei não ser o mesmo que você?
Maestrina, aborte-me se ainda for possível
Dispenso esse amor que me apodrece dia a dia
É mais do que posso, é mais do que quero
Não devo ser sua madrepérola, Maestrina

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