Sorriso torto

por Alexandra Deitos
Como é possível dormirmos na insignificância? E se adormecermos, como será possível o descanso em um sono tranqüilizante?
A insignificância me dói, causa ânsia… eu durmo sambando na cama e acordando ainda mais dolorida, mas sempre quando eu saio na rua o sol ainda nasce nos sonhos vizinhos e aquela solidão não se desfaz jamais, jamais – o meu descontentamento é a loucura que me isola, um animal acuado por olhares que não olham.
A insignificância não existe lá fora… só eu a carrego comigo, só eu a observo em itálico – e se eu resolvesse abandoná-la no porão de casa então eu não sentiria e não seria nada disso, eu teria o sorriso e o paraíso que todos compartilham… lá fora… o sorriso e o paraíso que só a insignificância pode proporcionar.

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