Alexandra Deitos
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Autor

Alexandra Deitos

Alexandra Deitos

Nasci numa cidade interiorana do Rio Grande do Sul, onde vivi os primeiros anos da minha vida até terminar o ensino médio. Então, ainda menor de idade, saí de casa e vim parar na cidade de São Paulo, onde estou até hoje. Na área das Artes e Design me formei Bacharel em Têxtil e Moda pela Universidade de São Paulo | USP e Atriz pelo Teatro Escola Macunaíma, entre outras pequenas formações aqui e ali. Atuei na cena cultural através de projetos de light design e traje de cena por mais de uma década, quando inesperadamente me encontrei no caminho com o mundo canino. Estudei Comportamento Animal e o uso de metodologias educativas com enfoque Positivo e de Bem-estar Interespécies com Dante Camacho, Tudo de Cão, Universidade de Edimburgo, entre outros. Fundei a Pompom's House. Um espaço de hospedagem, convivência e socialização canina, onde, no momento, exploro minha experiência em Educação e Comunicação Canina, Manejo de Grupo e Diretrizes para Sociabilização. Você pode me conhecer de um desses períodos da minha vida. Ou, ter acabado de saber da minha existência nesse mundão. Não importa. Fico feliz que estejas aqui, e espero que algo do que eu compartilho seja troca e partilha contigo.

Contos-quase

NÃO SE SABE O QUÊ

por Alexandra Deitos agosto 23, 2010
Ela precisava extravasar de alguma forma que não sabia algo que também nem sabia direito o que era. Passou o dia sozinha, pintando imagens na parede do quarto e trançando lãs num graveto circular que por fim resultou em algo que chamam de móbile e, diante da respiração tranquila, da ausência de choro, da sensação de bem estar, deitou-se com a certeza de que havia superado mais esse não se sabe o quê, não seria dessa vez ainda que a angústia se apossaria de sua vida levando-a para a não-existência. Na manhã seguinte acordou com o mesmo desânimo do rotineiro não se sabe o quê e o dia anterior perdeu-se na insignificância de um sonho bom demais para ser real. Refugiou-se nas palavras mais uma vez, brigou consigo mesma, alterou a respiração e transformou a face, tudo sem saber direito de absolutamente nada e ainda assim sabendo exatamente de todas as fisgadas.
agosto 23, 2010 1 comentário 63 Visualizações
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De açúcar e de álcool

O NUNCA

por Alexandra Deitos agosto 19, 2010

a ânsia do vômito que nunca acontece
o gosto ruim daquilo que nunca passa

agosto 19, 2010 1 comentário 56 Visualizações
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Contos-quase

Família

por Alexandra Deitos agosto 17, 2010
Os conselhos dela sempre chegam atrasados, tento fingir que ainda são válidos enquanto escuto calada – super proteção de filha (existe). Percebo agora que os conselhos que dou a ela também são inválidos, entram por um ouvido e saem pelo outro – coisa que ela sempre deve pensar na situação inversa (engraçado). 
A realidade que se impõe é que estamos distantes, muito além da geografia e muito além da compreensão – em todos os sentidos (distantes). Meu ritmo é um e o dela outro, os caminhos são desencontrados, os passos não se cruzam, somos tão parecidas e tão distintas. 
Podíamos tanta coisa e… não temos tato, não temos meios, não queremos, não sabemos – seguimos sem modificar a roda (estagnadas). Ainda é tempo (sempre é tempo) e mesmo assim continuamos tentando sem força, medindo palavras e ouvidos ao telefone, acumulando culpas e forçando ajudar ao nosso modo.
Somos duras, escondidas nas personas de mãe e filha, filha e mãe, e a dureza pode ser tudo que nos impulsiona, pode ser a grande necessidade para seguirmos, talvez, muito talvez, a dureza seja o que nos acrescenta e a distância o que nos move para perto – se perto talvez nada fossemos, sem dureza talvez nada tivéssemos (desconhecidas).
Então temos aquela profunda esperança, vago consolo, de que tudo é assim porque é, e que nessa total distância é onde nos conhecemos melhor, onde damos nossa parte mais verdadeira, nosso melhor amor (mãe e filha).
agosto 17, 2010 2 comentários 72 Visualizações
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Proseios

Senhorita A

por Alexandra Deitos agosto 16, 2010

A1 – Vai ficar trancada por quanto tempo?
A2 – O tempo que for preciso para a dor passar.
A1 – E se para passar a dor fosse preciso sair?
A2 – Se assim fosse, eu saberia e sairia.
A1 – Não acredito que saberia.
A2 – É, provável que não… eu nunca sei de nada.
A1 – Então vamos sair?
A2 – Não consigo.
A1 – Eu te ajudo.
A2 – Concordando comigo que eu nunca sei de nada?
A1 – É que eu não sei de nada.
A2 – Pois é. Não sabemos de nada, então vamos esperar passar a dor pelo menos.
A1 – Não me parece que deveria ser assim.
A2 – Também não me parece que deveria existir sentimentos unilaterais, mesmo assim existem.
A1 – Não gosto de conversar com você.
A2 – Nem eu.
A – Mas é tudo que nós temos.
A1 – É.
A2 – É.

agosto 16, 2010 1 comentário 64 Visualizações
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Proseios

Infinitos

por Alexandra Deitos agosto 11, 2010

A – Você já comeu o amor? Qual o gosto?
E – Comi uma única vez e não me lembro.
A – Eu não sei se comi o amor.
E – Não?
A – É… Não tinha rótulo, sabe?
E – Não deveria ter mesmo.
A – Mas… Sem rótulo, como saber o que estou comendo?
E – Paladar.
A – É?
E – O gosto era de arroz doce com canela, pensei que o amor podia ser isso e pronto.
A – Hum. Canela tem gosto de terra, amor não é terra.
E – Claro que é.
A – Então o que eu comi não era amor mesmo.
E – Pode ser que o amor que eu comi tinha gosto diferente do seu amor. Pode ser não, de fato é assim: único.
A – Então o amor é como roupa de grife?
E – Não sei… Pela pirataria é bem provável.

A – Descobri! Eu não comi o amor: eu bebi!
E – ?
A – Feito lagoa. Com chão turvo, hora mar, hora rio. Bebi tudinho!
E – Deve ter passado mal com tanta água.
A – …
E – …

A – Sabe que ando bebendo mais água?
E – Metaforicamente?
A – Não. Na real. (mostra um copo cheio de água com peixes desenhados no vidro) Medo de sentir aquela dor no rim…
E – O medo move tudo.
A – Menos o amor.
E – Certeza?
A – O amor é próprio: só e independente. Sem rótulo, não espera nada… nem ser reconhecido… logo me parece bem destemido!
E – É?
A – É!
E – Destemer não significa que o medo não mova.
A – …
E – …
A – Nunca chegamos a lugar algum.
E – É bonito isso.
A – O quê?
E – Não chegarmos.
A – (Bebe toda a água do copo) É bem bonito, mesmo com medo.
E – Mesmo.

agosto 11, 2010 1 comentário 61 Visualizações
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Proseios

É mas não parece

por Alexandra Deitos agosto 10, 2010

1 – Ei, você está atrasada?
A – Dizem que sempre estaremos atrasados.
1 – Então você vai esperar?
A – Dizem que todo mundo sempre espera algo.
1 – Posso te fazer uma pergunta?
A – Dizem que é insaciável a busca por respostas.
1 – Escuta, você só sabe repetir o que os outros dizem?
A – Dizem que nada se cria tudo se copia.
1 – Poxa, e cadê a sua opinião?
A – Dizem que as opiniões são sempre relativas.
1 – Meo, você consegue falar por conta própria?
A – Dizem que…
1 – Caralho, quem é você?
A – Dizem que…
1 – Eu não quero saber o que dizem, quero saber: o que você pensa?
A – O que eu penso?
1 – Ufa. É… E aí?
A – Eu penso no que os outros dizem.
1 – …
A – Você vai dizer que eu estou perdida…
1 – Exato. Pelo menos isso você pensou.
A – Não. É o que todos dizem.

agosto 10, 2010 0 comentário 47 Visualizações
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Rítmicos desenhos

Ele Ali Fã-se

por Alexandra Deitos agosto 9, 2010

Deixe (-) a
tristeza para mais tarde
chegar com a noite noticiando aquilo que não é
mas por enquanto ainda é.
Em toda parte há motivos para sorrir
sem explicação
sem entendimentos
sem (é) com
a hora dos melhores momentos.

sê
a flor
você
com cor
rosé
sê
em mim
doce
carmim
sê
sem
fim

John Merrick não fala,
tem medo de perder pela noite o dia.
Eu digo (escuta) e… desisto,
falar qualquer coisa pode ser perder
a maravilha que é (o) instante.

E quando…
… eu falar
… amanhecer o dia
Terei me ganho?

Esteja certo talvez o ainda quase.
Repita a certeza
o quase que eu não sou (é ser).

Vou lá
Pintar no céu um sol
No copo um peixe
Rosas brancas

Beleza é pedra bruta esculpida.
O melhor que se tem
do eu sou
do que eu penso que sou
do que quase sou
(ou ainda não sou)
Amor é sempre incondicional.

Espero transformar
alegria (em) alegria
destes os seus mais felizes
os meus não duvide
por hora é o que é
deixe o que não é para mais tarde

(e a profundidade sempre me mostra o quão rasa sou)

estou vendo agora o fundo
agora
o mais tarde.

agosto 9, 2010 1 comentário 59 Visualizações
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Rítmicos desenhos

ah

por Alexandra Deitos agosto 5, 2010
no longe desconhecido manhã nasce limpa visível invisível e risível duas rosas distintas e o marrom de todos os tons um letreiro que não diz um engano que seduz nas esquinas próximas tarde finda escura incompreensível compreensível no meio fio corre o rio alardeando faltas e quando cruza a avenida muito tudo muda muito
 ah
crer
esperar
sonhar
desejar
obcecar
querer
igual criança mimada sentada na escada mordendo a blusa desolada chorar e sorrir
estremecer 
ah
querer
ah
 deixe-me
fazer o mar
num copo 
com água e sal
algas desenhadas no vidro
dois peixinhos 
um canudo
e no mar
cantar-te
ou
ah
o mar então se faz de lágrimas
agosto 5, 2010 2 comentários 67 Visualizações
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Proseios

Realismos imaginários

por Alexandra Deitos agosto 3, 2010

E – Nessa vida tudo se resume em falta de coragem!
A – Falta de coragem é a mesma coisa que medo?
E – É.
A – Tem certeza?
E – Não.
A – Tá…
E – Nossa… que saco!
A – É. Saco…ocaS. As coisas são ocas como um saco.
E – Saco de saco, e nada a ver com escrotos ou testículos…
A – É…saco de saco. Igual o do tio do saco que leva criançinhas.
E – É.
(silêncio)
A – Só tenho mais dois bombons e uma tarde inteira.
(silêncio)
A – “Talvez o difícil não seja fugir da morte, qualquer um sabe correr dela. Bem mais difícil é fugir da maldade, que corre mais veloz que a morte.”
E – Toda criança foge do tio do saco, eu acho.
A – Mas o saco não tem nada a ver com essa citação…
E – Tem certeza?
A – Não.
(silêncio)
A – Que saco!
(silêncio)

agosto 3, 2010 1 comentário 58 Visualizações
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De açúcar e de álcool

Dessentir

por Alexandra Deitos agosto 2, 2010
A temperatura foi caindo e o frio chegou naquela tarde de domingo, não foi surpresa, afinal estamos no inverno, havia uma blusa minha lá, suficiente para não ficar o desconforto do frio externo no corpo que tremia por dentro. Havia o tempo e eu não o possuía, porque eu nem sabia como colocar toda a vida que eu desejava naquele curto momento do fim, eu apenas tentei sorrir evitando o choro inevitável. Queria que não ficassem lágrimas no estar com ela, queria apenas a doce alegria de contemplá-la – só por hoje – mas os olhos não colaboravam, a vida não colaborou. Quem foi que disse que querer é poder? Tentei o silêncio, não havia mesmo muito para dizer, tudo soaria apelativo e desnecessário, assim falei pouco, encostada na pela mais doce, contentando-me em escutar as batidas do coração mais belo.
Eu choro picado porque talvez a minha ilusão seja sofrer menos assim – uma dor picada, dosada para não desfigurar. A imagem não ficou boa nas palavras e é bem provável que na realidade também não fique e nem funcione. O que se sofre por dentro é sempre inenarrável e muito maior do que se externa.
E desapaixonar sem afastar… Como será isso possível? Desfazer um sentimento é coisa tão estranha que me parece que não existe. No máximo você transforma um sentir em outro sentir… não é? Alguém me explica alguma coisa? Eu quero um colo e um mimo, porque eu desconfio que a minha paixão já não é, e quando se perde o controle, as razões e os nomes dos sentimentos, pouco sobra de dignidade. Saber sem saber o quanto profundo é o que se sente é a maior perdição.
Há tanta coisa dentro de mim querendo um espaço para sair. Há tanta ressaca em meus olhos vermelhos, verde-águas de pálpebras inchadas. Há tanta paralisia diante da vida que se impõe, do outro que eu respeito, do eu que se apaixona só, do que se quer e não se pode. Há tanta coisa… Tanta coisa que é inevitável… Eu vou continuar olhando-a com olhos bobos, desejando seu mínimo olhar, sua máxima alegria, contemplarei tudo aquilo que é a maior beleza da minha doce ilusão apaixonada… pateticamente idiota no meu amor de menina. Assim como sabemos que ninguém manda no coração, o dessentir não existe como prometi – eu não devia ter prometido. Como ela não conseguiu se apaixonar… como eu não conseguirei me desapaixonar… como só a vida se encarrega de tudo, inevitável também é sentir a dor de ser nada. Inevitável é a dor.
agosto 2, 2010 2 comentários 59 Visualizações
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Você pode me conhecer como Xanda ou Alê. Dizem que somos a mesma pessoa, mas claramente somos duas, ou muitas mais. E aqui estou, ou estamos, e pretendo estar, cada vez mais inteira.

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