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“Hoje em dia, mesmo com os ritos de passagem em baixa, continuamos a sofrer no mínimo as ritualizações involuntárias do tempo e das circunstâncias. Queremos sempre resistir. Cabelos brancos despontam, e compramos videogames para os filhos que, sem coragem, não geramos. O espelho parece confuso: aquela barba no rosto, e o menino só tem 10 anos. Limpamos bem a mesa para o quebra-cabeça de 3.000 peças, jogando ao chão o memorando e os resultados da colonoscopia. Algumas vezes – que bom! – algumas vezes vencemos. Enxergamos o humor no absurdo, no arbitrário, no impossível. Rimos da fé e também da dúvida. Rimos do passado e das preocupações com o futuro. Rimos, e a brincadeira se faz à nossa volta, num carrossel de barcos ciscos potes tarifas rochedos marmitas prateleiras olerites abacates canivetes sepulturas valentias…”
Paulo Santoro
… e sempre bate a porta aquela frase que me foi dita: “Para que sofrer se eu posso ser feliz?”
Então dói, machuca, dilacera, esquarteja. Causem tudo que for possível, e o que for além também. Eu vou chorar um pouco a princípio, mas em seguida, caindo em mim: cantarei, sorrirei…
Que eu sou muito maior do que isso! Que a vida é muito mais do que isso!
Uma borboleta em busca da luz, nem sempre tem grandes chances, mas sempre segue o caminho que mais lhe parece correto.
Alexandra Deitos
1 comentário
dançar me ajuda(va) muito quando eu tava nesses momentos… o grito que eu sentia vontade de dar, não vinha da garganta, vinho de cada milimetro do meu corpo… e eu gritava, pulava, uivava… ahhhhhhhhhh