Amor platônico…

por Alexandra Deitos
…uma dessas histórias que todos nós vivemos. Ou melhor: não vivemos.
(as matérias do Digestivo Cultural, que sempre me encantam)
As possibilidades do amor platônico são muitas e muito vivas. Sorriem para a gente em cada esquina, cada milésimo de segundo, em cada falta de afeto concreto.
Ao longo de uma vida, a impressão de que este ou aquele traz uma promessa de felicidade no bolso, acompanha as relações reais, que sempre parecem piores, porque trazem, junto com os beijos, as brigas, as incompatibilidades, as picuinhas.
O “e se…” que atazana o resto da vida… Nos traz a utopia de uma felicidade que poderia ter sido vivida e não foi, a possibilidade de uma tentativa que seria um conto de fadas.
Tudo falso. Mas muito bem vindo nos momentos que sentimos aquela falta de algo bonito para se viver.
Quando a vida parece boa no presente, o passado é apenas um filme antigo. Mas quando a vida está ruim hoje, o passado se transforma numa espécie de paraíso perdido. Os amores platônicos não passam de lembranças maquiadas, mas como é boa a ilusão de que tudo poderia ser diferente, como é boa as imaginações do como teria sido.
O amor platônico é sempre melhor do que os outros. Ele não custa, não gasta, não entristece. Quando ele passa, ele vira relíquia. O amor de verdade, quando passa, deixa cacos.
A gente vai morrendo um pouco quando os amores não dão certo. Mas os amores que não acontecem, ah, estes são imbatíveis. Eles só deixam lembranças do que não aconteceu, do que foi apenas desejado e do que ninguém pode comprovar. Não há retratos, não há cartas, não há anéis. Só há um suspiro de “quem me dera”.
Sorrisos e sensações de amores breves e não de amores líquidos!

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3 comentários

Radka outubro 22, 2009 - 7:03 pm

Hello, you have a very nice blog, full of interesting reading, wish you a nice day, Radka.

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Natalia Guimarães Viotti outubro 12, 2009 - 3:34 pm

Que fantástico isso, Xanda!!!
Amei este post!

Senti sua falta sábado, mocinha…

Beijoaks

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Visitante 28 outubro 9, 2009 - 4:28 pm

Um escritor mexicano disse que quando uma pessoa morre, nós morremos aos poucos, pois aquela que morre nos via de uma maneira única e quando ela se vai, esse nosso eu – que ela via – morre junto. Acho que amor platônico tem um pé nisso. Quando amamos alguém, damos luz a esse novo ser e queremos que esse novo ser perceba alguma nova vida em nós. Acontece que o tal ser não nos percebe, vamos "desexistindo" (desculpe o neologismo)e quanto mais volátil nos tornamos, mais impregnamos o novo ser criado da pessoa que amamos. Vivemos a vida do ser amado num mundo paralelo.

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