Melodias indefinidas

por Alexandra Deitos

Lágrimas secas, endurecidas pelo bater das asas que não sentimos.
Silêncios barulhentos, emoldurados pelas magoas que não digerimos.
O vento bate no rosto em sinfonia, em melodia de primavera.
A gente só deseja coisas simples, mas quem disse que o simples não é o mais difícil?
Numa noite bonita, embora sem estrelas, eu senti calor, calor humano de mundos de papel colorido com giz de cera e lápis aquarelado, mas amassados por monstros guardados.
Ficar oca, vazia em todos os sentidos e dimensões… eu quero!
Suplico que confisquem meus pensamentos, minha razão, meus sentimentos.
Magnitude oca, preenchida pela brisa suave de uma manhã sem data.
Transpor as flores e se isolar na caverna antes do final da estação ou sair da caverna e pintar paisagem no ritmo da musica preferida?
Confuso? Pois é, complicar o fácil é sempre a rua sem saída. A redundância, a rotina!

Alexandra Deitos

Deixe um comentário

1 comentário

Visitante 28 outubro 19, 2009 - 12:19 pm

"()…preenchida pela brisa suave de uma manhã sem data".
Ahhhh! Nada como uma manhã gelada de verão, brisa fria, pra nos fazer esquecer das oficialidades criadas pela humanidade.

Responder

Você pode gostar