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Eu não tenho mais nada a dizer. Eu acordei sem sede, vazia das palavras velhas. Estou aguada, aguada num sentido extraordinariamente belo, na exata lua em que se prepara adubo para as plantações.
É confuso distinguir alguma coisa na neblina de uma manhã quando se busca racionalmente. Muito mais prazeroso e divertido é curtir as formas da neblina usando de desconexas imaginações e emoções.
E se três anos não podem ser três dias, nem três dias podem ser três anos, quem questionará isso no momento do agora? Enquanto a água quente passa pelo meu corpo e o vapor forma a neblina mais densa e leve (sim, densa e leve) eu esqueço que penso, eu penso que esqueço.
No final das contas, em resumo, clichê ou não, a questão toda é que o agora é a única coisa que sempre teremos como levemente palpável. Com ritmo, com água, com amor – só o agora será a realidade mais tocável eternamente.
Comigo, você, meu.
Não importa o depois. O antes. O outrora. O começo. O meio. O fim. Não é uma historinha.
4 comentários
Desabafão hein!
Alexandra,
Passa lá no meu blog e peque um presentinho que deixei lá para você!
Bjs
Ainda assim, o presente é algo tão confuso. Ele acontece num instante tão breve que nem sei exatamente o que é o presente. Parece que uma existência abriga muitas dimensões…
Nem sempre o que é palpável é real… Os sentidos nos enganam…
Adorei a postagem!
Fato, a única coisa que realmente temos e que mal podemos pegar nas mãos sem que escorra por entre os dedos é o presente.
Muitos já ensaiaram sobre isso também, mas, relembrando Schopenhauer "os sábios de todos os tempos sempre disseram o mesmo, assim como os tolos sempre fizeram o mesmo"
Gostei pacas do post!
Beijos e Bons ventos!
=***