53
Hoje tomei um sedativo, quase um coquetel para alívios extremos. Não ingeri nada, não injetei nada, não cheirei nada… apenas esfreguei a retina com vidrex, falei sem parar, parei sem falar.
“Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar”
Então eu não tinha como saber onde era a chegada e precisava aceitar isso. Embora a teoria fosse muito boa, eu de fato não conseguia agir de forma condescendente.
“Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir”
As frases se repetiam. As situações se repetiam. E eu ia juntando flashes, links, sintonias que tornavam tudo uma coisa de outro mundo. Quando as coisas se repetem muito na vida, creio eu, é porque algo precisa ser mexido.
“Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão”
Eu havia escutado que era preciso moldar essa água torrencial. Também escutei que o aprendizado estava na dúvida. Escutei que não existe caminho certo. Todo mundo é bom. É dentro de você.
“Eu posso estar completamente enganado
Eu posso estar correndo pro lado errado”
Eu escutava demais. Eu decidia demais. Eu procurava demais. E com todas as certezas que sempre possui, eu não conseguia, assim de uma hora para a outra, acreditar na dúvida…
“Mas “a dúvida é o preço da pureza”
É inútil ter certeza”
2 comentários
Se não me engano, li em shakespeare uma vez: "Não importa por onde passamo, o que realmente importa é pra onde estamos indo, mas se vc não sabe pra onde ir, qualquer lugar serve"
E eu adiciono: A única certeza digna de adoração é que e a dúvida que escreve nossos dias na Terra.
ótimo texto, flor da pele mesmo!