Que parta pelo sim

por Alexandra Deitos
Das árvores caem diamantes, cristais de água tão raros que só a malícia poderia eleger como simples água. E no matagal virgem brilham estrelas flutuantes que é quase possível tocar. É de um êxtase profundo tudo ali. Sempre além do além, mais puro e mais belo aos olhos que já não são mais tão acostumados à inocência.
E do que adianta tanto pureza? Do que adianta o sol ser mais manso, a terra mais bonita, o ar mais aconchegante? Por que não contenta viver cercada pelo mimo mais completo? Do que adianta adoçar a vida com simplicidades? Por quê? Ter a família toda reunida e…? Aqui onde tanta maravilha se pinta não pinta o que eu sou. Estranha de mim mesma, sou peixe fora d´agua, destoante e inútil me fico se fico. 
Permanecer seria lindamente fraco, porque meus olhos não têm repouso no incomodo do que não é meu e ouvidos e boca não tem vez. As mãos vazias sem saber plantar. Os pés descalços sem poder andar. E eis que vontade alguma impediria o precipício mais próximo, o fim mais insignificante. Força alguma seria capaz de vencer tantas belezas todos os dias… tantos acalentos, tantas ombros, tantas mãos, tantos amores…

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2 comentários

Alexandra Deitos janeiro 18, 2011 - 10:56 am

Eu que agradeço!!

=)

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Anônimo janeiro 17, 2011 - 9:22 am

Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.

– Daniel

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