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(…) nos coloque em contato com a maneira com que nos sentimos, por instantes, quando todas as nossas energias se concentram num projeto e excluem tudo o mais. O que há de sutil nesse tipo de possessão é o que nos engoliu, seja lá o que for, pode ser, em si mesmo, um interesse integralmente louvável e digno, como a ecologia, a paz mundial (ou até mesmo a associação de pais e mestres!). A assunção inconsciente é que é tão diabólica. O comentário de Jung sobre essa virtude profana é pertinente: “Esquecemo-nos de todo que podemos ser tão deploravelmente dominados por uma virtude quanto por um vício. (…)
Jung e o Tarô – trecho da carta “O Diabo”
“cada qual, com seu grande querer demasiado,
abusa dos encantos (suaves e perversos) para conseguir o que deseja.
e quando esse querer se transforma em espada (rubra e ardente),
até onde pode chegar a sua possessão?”
Alexandra Deitos – engenhando