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Uma pessoa dorme abraçada com um saco de lixo junto ao concreto umedecido pelo sereno da madrugada.
Uma criança caminha pelos becos traiçoeiros e fedorentos com um cigarro como companhia.
Esses dias eu vi um homem sem umbigo, jogado ao chão junto com outros tantos homens e seus umbigos.
Seria isso possível?
São imagens que me assaltam enquanto eu insisto em pensamentos egoístas.
O sono faz-me melancólica, confusa e neurótica, outros tantos por tantas outras coisas.
Tudo é nada, sempre foi e sempre será. Escorre pelas mãos o gosto do que seja.
Somos milhares, em todas as esquinas, em todas as padarias comendo o pão de cada dia ou nem…
E será que só uma palavra pode mesmo alguma coisa?
Alexandra Deitos
3 comentários
vou me candidatar pra política! haha
As palavras exteriorizam o que a gente pensa.
Só o fato de pensar diferente e notar as coisas invisíveis para muitos, já é alguma coisa.. pra gente.. não pra essas pessoas que precisam do calor do afeto.
Olha Xandinha, acho que não. É triste, mas acho que não. Veja o nosso caso por exemplo: eu leio o seu blog, você lê o do Leco, o Leco lê o meu e depois a gente troca e reviramos-nos em nossas palavras apenas e ficamos nessa roda sem fim. A propósito seu texto é bem o complemento do texto do Leco sobre o Rio e talvez esse meu comentário sirva para todos os nossos blogs. São palavras apenas.